Definição

Este tipo comum de hérnia (10 a 30% das hérnias) é muitas vezes notado ao nascimento, como uma saliência no umbigo. É causado quando a abertura correspondente a passagem do cordão umbilical na parede abdominal, que normalmente fecha antes do nascimento, não fecha completamente. Defeitos pequenos (menos de meia polegada), em geral, fecham gradualmente até os 2 anos de idade. Hérnias maiores e aquelas que não fecham espontaneamente, em geral, requerem cirurgia na idade de 2-4 anos.  Mesmo quando ocorre o fechamento correto desta área ao nascimento, a hérnia umbilical pode aparecer na idade adulta porque este ponto representa uma área de fraqueza da parede abdominal. Gravidez e obesidade são fatores de risco para este tipo de hérnia.

Sintomas

O paciente geralmente apresenta um aumento de volume no umbigo, associado ou não a dor e/ou desconforto. Os sintomas aparecem ou exacerbam quando o paciente faz atividade física e/ou aumento da pressão abdominal e tendem a melhorar com o repouso/decúbito.

Diagnóstico

Normalmente, apenas a história e exame clínico são suficientes. Entretanto, em alguns pacientes, principalmente com objetivo de avaliar o tamanho do defeito e a eventual presença de diástase do músculo reto abdominal, condição que pode interferir na decisão do tratamento, exames de imagem como ecografia e tomografia pode ser necessários.

Complicações

Hérnias umbilicais pequenas, menores que 1,5 cm geralmente não causam complicações. Entretanto, hérnias maiores (até 2 cm) podem causar estrangulamento do conteúdo herniário.

E lembrando, o estrangulamento é uma emergência cirurgia, ou seja, requer a realização de uma cirurgia de forma imediata. Fique atento aos sinais e sintomas do estrangulamento:

  • aumento do tamanho da hérnia de forma aguda/repentina
  • hérnia/conteudo não diminui de tamanho ou desaparece mesmo com repouso
  • dor intensa no local
  • pode evoluir com distensão do abdome, náuseas e vômitos

Tratamento

Como para a maioria das hérnias, o tratamento é cirúrgico. Apesar da maioria dos cirurgiões realizar o reparo apenas por sutura simples, por considerar o problema simples, as taxas de recidivas são elevadas, pelo menos 5%. Este problema é ainda mais relevante em pacientes que apresentam diástase (afastamento) dos músculos reto-abdominais, o que causa um enfraquecimento ainda maior da parede abdominal, resultado em maior taxa de recidiva. Cada vez mais, mesmo para defeitos pequenos, mas principalmente para grandes defeitos (maiores que 2 cm), a utilização de telas é recomendada para diminuir a taxa de recidiva.

Cirurgia laparoscópica

A cirurgia convencional (corte) é a mais frequentemente utilizada. As vantagens são: pode ser realizada sob anestesia local e sedação; os custos do procedimento são baixos; técnica simples. A cirurgia laparoscópica pode ser utilizada, as principais vantagens são: resultado estético (evita incisões na região anterior do abdome, cortes da laparoscopia são na lateral), possibilita a colocação de uma tela maior (reforçando toda a fraqueza da linha média do abdome), menos complicações de ferida operatória (principalmente infecção).

Entretanto é mais difícil do ponto de vista técnico além de ser necessário anestesia geral.