Cirurgias de hérnias abdominais via SUS no Paraná têm alta de 184%, em um ano

A doença é altamente prevalente na população e a cirurgia é a única forma de tratamento

 

Chegou a 12.497 o número de cirurgias para correção de hérnias da parede abdominal realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Paraná, entre julho de 2021 e junho de 2022, de acordo com dados divulgados no DataSus. O crescimento é de 184% se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando foram feitas 4.388 cirurgias na rede pública, no estado. 

 

As cirurgias de urgência somaram 2.5 mil e 1.9 mil casos, respectivamente, e a doença afeta 20% da população brasileira, de acordo com dados divulgados pela 

Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH). 

 

As hérnias abdominais são aberturas na musculatura que permitem a passagem de uma porção de órgão ou gordura através dela, causando sintomas como dor e desconforto. 

 

De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo, com atuação focada no tratamento das hérnias e ex-presidente da SBH, Christiano Claus, a alta no número de cirurgias ocorreu devido a queda durante a paralisação das cirurgias eletivas no período de pandemia. “De forma geral, as cirurgias de hérnias são consideradas eletivas por se tratar de uma doença benigna, o que fez com que o atendimento fosse altamente afetado ao longo da crise sanitária, com uma redução significativa de pacientes operados no sistema público e privado. Em consultório, nós cirurgiões, percebemos um aumento dos casos de complicações das hérnias abdominais, algumas importantes que necessitaram de cirurgia de emergência; outras tiveram agravamento do quadro, com casos de hérnias maiores, e cirurgias mais complexas”, explicou.  “Agora nós observamos que a demanda que ficou reprimida nesse período tem seu atendimento realizado, vemos que os serviços de cirurgia estão retomando as atividades e os pacientes voltam a receber o tratamento adequado para as hérnias”

 

O tratamento precoce é o melhor caminho para garantir a qualidade de vida do paciente e evitar complicações. “Muitas vezes é necessário afastar-se do trabalho por não poder levantar peso, além de ter que evitar os exercícios que exigem força abdominal. Quanto mais cedo realizamos a cirurgia, mais simples é e menores são os impactos na rotina do paciente atendido”, afirma o cirurgião. 

 

As complicações mais comuns são o estrangulamento e encarceramento da hérnia, que sem o atendimento adequado podem causar necrose do órgão afetado e consequentemente a morte. 

 

HÉRNIA LAP – Com o objetivo de capacitar os cirurgiões para atender os pacientes com hérnias abdominais, será realizado, em Curitiba, entre os dias 29 de setembro e 01 de outubro, o 5º Hérnia Lap, evento que promove atualização científica aos cirurgiões que atuam com as hérnias abdominais. 

 

De acordo com o diretor do curso, o cirurgião Christiano Claus, a programação conta com cirurgias ao vivo, treinamentos hands on e demonstração das técnicas. “Não vão faltar debates clássicos, além de cirurgias e discussões de casos clínicos. Temos temas que representam novidades aos participantes, além de muito treinamento e a participação de grandes nomes da cirurgia de hérnia. 

 

Serviço:
5º Hérnia Lap 

Data: De 29/09 a 01/10
Local: Grand Mercure Curitiba Rayon
Inscrições: hernialap.com.br